Cinzas da Fé - Prelúdio parte 6 de 6

I drew a straightforward geographical quadrant (which often has arrows, too!) – N, S, E, W – and then added another four directions and that was that – eight arrows representing all possibilities, one arrow representing the single, certain road of Law.

Michael Moorcock 

Na penumbra das catacumbas, Chrone, a velha bruxa, convocou seus filhos. Os rejeitados que ela acolhera, agora unidos por laços sombrios, reuniram-se em uma assembleia caótica, cada um carregando suas marcas de sofrimento e rejeição. A energia da Distorção pulsava entre eles, uma sinfonia dissonante que ecoava nas profundezas da colmeia.

A decisão estava tomada. Era hora de libertar Dyonisius das garras da prisão hermética. Chrone liderou seus filhos em uma marcha sombria em direção às entranhas o cárcere do santo sem cabeça. As catacumbas retumbavam com seus passos, uma ressonando devoção e rebelião.

O confronto foi inevitável quando a comitiva de Chrone encontrou os agentes da Eclesiarquia que guardavam os selos tecno-arcanos. A batalha foi feroz, com as sombras dos rejeitados colidindo contra a luz implacável dos agentes do Imperium. Feitiços do Warp e armas convencionais se entrelaçavam, criando um espetáculo caótico e sangrento.

Em meio ao caos, Chrone liderou seus seguidores até o sarcófago onde a cabeça de Dyonisius estava aprisionada. Os selos tecno-arcanos resistiam com uma tenacidade obstinada, mas a feiticeira do caos não vacilou. Com seu próprio coração demoníaco espetado numa lança, Chrone liberou as energias do Immaterium contra as correntes abençoadas, formando uma sinergia que rompeu finalmente as barreiras da prisão.

Quando os selos se despedaçaram finalmente, a horrenda cabeça de Dyonisius foi revelada, uma visão grotesca que desafiava as noções convencionais de santidade. Um dos cultistas fiéis de Chrone, em um gesto de devoção fanática, ergueu a cabeça decapitada, testemunhando a libertação do santo. O ar, impregnado com o odor de enxofre, se agitou num estrondoso ruído de triunfo e desafio.

No ápice do êxtase, Dyonisius, agora livre, dirigiu-se a seus seguidores triunfantes. Em meio às sombras dançantes, ele proclamou a próxima fase de sua jornada. A Comunhão Sombria, um pacto que transcenderia a compreensão convencional estava prestes a começar. Dyonisius descreveu como eles se uniriam em convergência com as sombras deles mesmos e do universo, "como acima / também abaixo" - tornando-se os primeiros filhos puros do caos naquele planeta.

Em um ato de extrema devoção, Dyonisius revelou o próximo passo de sua visão distorcida. Eles deveriam entregar o planeta para um mestre muito mais generoso, um verdadeiro deus do caos, o Demiurgo: Bel'akor. O nome ecoou nas catacumbas, uma promessa de poder além da compreensão mortal. Os filhos de Chrone, agora unidos pela Comunhão Sombria, olharam para o futuro incerto que se desdobrava diante deles, enquanto as sombras do Immaterium e a presença de Bel'akor pairavam como uma aurora negra no horizonte.