Cinzas da Fé - Prelúdio parte 5 de 6


"The name of the Dweller in the Abyss is Choronzon, but he is not really an individual. The Abyss is empty of being; it is filled with all possible forms, each equally inane, each therefore evil in the only true sense of the word—that is, meaningless but malignant, in so far as it craves to become real. These forms swirl senselessly into haphazard heaps like dust devils, and each such chance aggregation asserts itself to be an individual and shrieks, "I am I!" though aware all the time that its elements have no true bond; so that the slightest disturbance dissipates the delusion just as a horseman, meeting a dust devil, brings it in showers of sand to the earth."

C.F. Russell, one of Crowley's disciples, went on to found the Choronzon Club, later renamed the GBG.




Diante do altar sombrio nas profundezas das catacumbas, São-Denis, agora meu mestre, Dyonisius, estabeleceu um teste transcendental para mim, Baba. Uma experiência que desafiaria não apenas a minha resistência física, mas a própria essência do que eu acreditava ser.

Com hesitação e dúvidas dançando em minha mente, resolvi confiar no meu mentor espiritual. No início da meditação guiada, mergulhei nas profundezas do meu ser, buscando a fonte dos meus próprios poderes e da conexão com o Warp. Regressei até o momento em que me comuniquei telepáticamente com Alexander, meu filho, e descobri que uma criatura do além se banqueteou com minha dor. 

Ao adentrar as sombras internas, descobri uma verdade obscura. Meu coração estava infectado por uma criatura do Warp, uma entidade distorcida que se agarrava à minha essência como uma sombra insidiosa. Dyonisius, em sua sabedoria transcendental, revelou que o teste para arrancar o próprio coração não era uma metáfora, mas uma batalha iminente contra a entidade que representava as forças delirantes e inconsistentes que ocupam o abismo, escondida dentro de mim, conhecida como Choronzon.

A batalha travada nos reinos etéreos foi além dos limites da realidade e do desconhecido. O espírito possessor lançava distorções de pesadelos e sombras caóticas, enquanto eu, Baba, lutava para manter minha sanidade. Cada confronto era uma dança caótica de magia e terror, mas a promessa de liberdade impelia-me a continuar.

No auge da batalha, com o espectro da Dispersão retorcendo-se diante de mim, eu enfiei meu próprio punho no peito, disposta a fazer o que fosse necessário para manter meu objetivo de fazer qualquer sacrifício necessário para recuperar meu filho, mesmo que isso desafiasse toda lógica e a a própria natureza. Com minha mão direita, eu arranquei o meu coração. O órgão corrompido foi arrancado, liberando uma energia caótica que se entrelaçava com os poderes do Warp. A metamorfose estava completa.

Emergi da experiência como uma feiticeira do caos, peito vazio, minha essência transfirgurada. Dyonisius, com um sorriso sutil nos lábios incorpóreos, me rebatizou como Chrone - ele me mostrou que se tratava de uma palavra resgatada de um idioma esquecido há dezenas de milênios, que significava círculo, reunião, pois os seguidores se reuniriam ao meu redor; me curvei diante de sua imensa sabedoria. 

Não era apenas uma mudança de nome, mas uma marca da transformação que ocorreu nas entranhas do meu ser. Eu, agora Chrone, a velha bruxa, permanecia como uma sacerdotisa do caos, uma força que desafiava as normas estabelecidas pelo Imperium e que moldava seu próprio destino nas sombras da Distorção. O teste transcendental não apenas alterou minha existência, mas deixou uma cicatriz na trama do realidade, uma cicatriz que proclamava a ascensão da feiticeira do caos nas profundezas das catacumbas de Carceroth Prime. O próximo passo, eu sabia, seria libertar meu mentor. 

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